Empresas Familiares e os Processos Sucessórios: Contribuições da Psicologia à Dinâmica das Transições
DOI:
https://doi.org/10.21434/IberoamericanJCG.v8i.72Keywords:
Sucessão, Empresa Familiar, Governança CorporativaAbstract
Mais de 90% das empresas no Brasil são familiares, o que representa em média 75% da força de trabalho nacional. No entanto, de cada cem empreendimentos familiares abertos, somente trinta, em média, costumam sobreviver após o primeiro processo sucessório e apenas cinco alcançam a terceira geração. Embora a área de estudos sobre planejamentos de processos sucessórios esteja se expandindo no Brasil, grande parte das pesquisas ainda se restringe ao campo da Administração e dos Estudos Organizacionais. Nesse sentido, a partir de metodologia qualitativa e teórico-descritiva o objetivo deste trabalho é compreender alguns dos principais obstáculos, encontrados nos processos sucessórios, que se inscrevem no campo da Psicologia. Concluímos que ao Psicólogo, cabe trabalhar para que família e empresa se organizem em prol de uma unicidade grupal, com o reconhecimento de suas diferenças e semelhanças. É por isso que, diferentemente de abordagens mais pragmáticas e instrumentalistas, na escuta psicológica se prioriza a compreensão de fenômenos relacionados ao convívio familiar, aos padrões comportamentais diante do enfrentamento de problemas, às estruturas de poder e de influência, aos laços de identificação, de idealização, bem como à partilha dos obstáculos e dificuldades encontradas. Assim, é possível construir estratégias conjuntas para nutrir a coesão, o comprometimento e sensações de pertencimento no núcleo das famílias. Além disso, compete também ao Psicólogo o trabalho de preservação e resgate das raízes e tradições familiares, ao mesmo tempo em que se abrem espaços para a criação de comportamentos e estruturas decisórias mais flexíveis, que sejam capazes de se reinventar e se adaptar às novas demandas do mercado. O histórico e a coesão familiar, nesse sentido, assentam-se como quadros de referências essenciais para as condutas das gerações futuras e para a perpetuação dos vínculos familiares.
References
Bernhoeft, R. (1996) Como criar, manter e sair de uma sociedade familiar (sem brigar). São Paulo: Editora Senac.
Borges, A. F. (2012) O campo de pesquisas sobre empresas familiares no Brasil: análise da produção científica no período 1997-2009. Revista Organizações e Sociedade. 19(61), 315-332.
Cepelowicz, S. (1996) Empresa familiar: relações, sentimentos e conflitos. Dissertação de Mestrado. Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 143f.
Cerqueira, L. A. E. Alexandrino Garcia: perfil de um pioneiro. São Paulo: Museu da Pessoa, 2002. Recuperado em 12 de maio de 2019: https://www.yumpu.com/xx/document/read/62265984/livro-alexandrino-garcia-perfil.
Correa, C. (2015) Abílio: determinado, ambicioso, polêmico. Rio de Janeiro: Primeira Pessoa.
De Vries, M. F. R. K. (1992) A inveja, grande esquecida dos fatores de motivação e gestão. In: J. F. Chanlat (Org.). O indivíduo na organização. Dimensões esquecidas. pp. 67 – 82, São Paulo: Atlas.
De Vries, M. F. R. K.; Carlock, R. S.; Florent-Treacy, E. (2009) A empresa familiar no divã: uma perspectiva psicológica. (A. G., Vieira, Trad.). Porto Alegre: Bookman.
Enriquez, E. (1997) A organização em análise. Petrópolis: Vozes.
Gersick, K. E.; Davis, J. A.; Hampton, M. M; Lansberg, I. (1997) De Geração para Geração: ciclo de vida das empresas familiares. São Paulo: Negócio.
Gorgati, V. (2000) Os determinantes da estrutura de capital de empresas familiares brasileiras durante os processos sucessórios: contribuições da teoria da firma. 117f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. São Paulo.
Guimarães, T. B. C. (2005) Empreendedorismo como estratégia corporativa: um estudo do caso Grupo Algar. Mestrado em Administração. Universidade Federal do Paraná. Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração: setor de ciências sociais aplicadas. 196f. Curitiba.
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). (2018) Ecossistema de governança: Inovação e legado. Relatório Anual. São Paulo: IBGC.
Lodi, J. B. (1994) A ética na empresa familiar. São Paulo: Pioneira.
Lodi, J. B. (2000) Governança corporativa: o governo da empresa e o conselho de administração. 8º reimpressão, Rio de Janeiro: Elsevier.
Pricewaterhousecoopers Brasil. (2017) Pesquisa global sobre empresas familiares. Publicação PwC Brasil.
Sebrae. (2005) No Brasil, 90% das empresas são familiares. Relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Recuperado em 05 maio de 2019: http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=10410
Tagiuri, R.; Davis, J. A. (1996) Bivalent attributes on the family firm. Family Business Review. San Francisco, 9(2), 103-218.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
1. Authors who publish in this journal agree to the following terms: the author(s) authorize(s) the publication of the text in the journal;
2. The author(s) ensure(s) that the contribution is original and unpublished and that it is not in the process of evaluation by another journal;
3. The journal is not responsible for the views, ideas and concepts presented in articles, and these are the sole responsibility of the author(s);
4. The publishers reserve the right to make textual adjustments and adapt texts to meet with publication standards.
5. Authors retain copyright and grant the journal the right to first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Atribuição NãoComercial 4.0 internacional, which allows the work to be shared with recognized authorship and initial publication in this journal.
6. Authors are allowed to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g. publish in institutional repository or as a book chapter), with recognition of authorship and initial publication in this journal.
7. Authors are allowed and are encouraged to publish and distribute their work online (e.g. in institutional repositories or on a personal web page) at any point before or during the editorial process, as this can generate positive effects, as well as increase the impact and citations of the published work (see the effect of Free Access) at http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
• 8. Authors are able to use ORCID is a system of identification for authors. An ORCID identifier is unique to an individual and acts as a persistent digital identifier to ensure that authors (particularly those with relatively common names) can be distinguished and their work properly attributed.